Marx (1818-1883)
VIDA E OBRA: As ideias de Marx tiveram um efeito profundo na história mundial: 66 anos após sua morte, cerca de um terço da população do globo vivia sob regimes que se diziam fiéis à sua filosofia. Marx pensava que a realidade era historicamente constituída, contendo conflitos internos que levam a mudanças.
Karl Marx nasceu na Alemanha. Embora os ancestrais de Marx fossem rabinos, seus pais se converteram ao luteranismo e ele foi veementemente anti-religioso desde muito jovem. Estudou Direito na universidade, mas voltou-se para a filosofia, mostrando seu interesse precoce pelo materialismo ao fazer sua tese de doutorado sobre os atomistas gregos, Demócrito e Epicuro. Envolveu-se com os Jovens Hegelianos, sendo particularmente influenciado pela versão materialista do hegelianismo de Feuerbach, mas seu ateísmo o excluiu da carreira acadêmica. Em 1843 foi para Paris e conheceu Friedrich Engels, que se tornaria seu colaborador por toda a vida. A família de Engels conduzia um próspero negócio em Manchester, e através dele Marx se inteirou das condições na Inglaterra industrial e da teoria econômica britânica. Exilados em 1845, os dois foram para Bruxelas, onde escreveram o Manifesto Comunista (1848). Voltaram à Alemanha para participar da revolução daquele ano, mas Marx teve que buscar refúgio em Londres, onde passou o resto da vida com a família na pobreza, sustentado pelo negócio de Engels. O primeiro volume do notável O Capital foi lançado em 1867; o segundo e o terceiro foram publicados póstumamente.
PRINCIPAIS IDEIAS: Como Hegel, Marx acreditava que o processo histórico estava aberto à investigação racional e que a lei que governava suas transformações era dialética - em outras palavras, as situações históricas contêm conflitos internos que as tornam instáveis, levando à sua extinção e ao surgimento de um novo estado de coisas. Diferentemente de Hegel, contudo, via a lógica que impelia o curso da história como firmemente material, não espiritual. Já que o motor da mudança social eram forças materiais que afetam as ações humanas. Marx passou a focalizar a economia. Segundo ele, são os meios de produção e distribuição, e o conflito dialético entre diferentes classes sócioeconômicas que estes geram, que determinam o curso da história. Eles compelem as mudanças sociais observáveis entre, digamos, sociedades feudais e industriais, e determinam a natrueza de classes sociais distintas e conflitos de classes.
Marx analisou o capitalismo em termos de oposição entre os que possuem os meios de produção, os capitalistas, e os operários industriais. O trabalho é a fonte última de valor, e o lucro é o resultado da exploração dos operários: extrai-se mais valor do seu trabalho do que eles recebem em salários. Os operários são alienados dos produtos do seu trabalho porque não têm posse sobre eles, e são dsumanizados e isolados pela produção em massa. Segundo Marx, o capitalismo conduz inevitavelmente a uma maior polarização entre capitalistas e operários, à medida que lucros sempre maiores são extorquidos de uma força de trabalho cada vez maior e mais empobrecida. Isso terminará por levar à revolução. Depois que os operários assumirem o controle dos meios de produção, os lucros serão usados em benefício de todos, pondo fim ao conflito de classes e aos processo de mudança dialética. Marx considerava essa análise uma demonstração científica da inevitabilidade do fim da história e da instituição do comunismo.
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